Reference: N Engl J Med 2014 Sep 18;371(12):1100 (evidência de nível 2 [médio])
A suspeita de nefrolitíase é comumente encontrada em serviços de emergência, com quase 1 milhão de visitas anuais nos Estados Unidos (J Urol 2014 Jan;191(1):90). Exames de imagem normalmente são necessários para confirmar o diagnóstico. Tomografia computadorizada (TC) sem contraste é recomendada para confirmar o diagnóstico de litíase renal em adultos tanto pela American Urological Association (AUA 2012 May PDF) quanto pela European Association of Urology (EAU 2014 Mar PDF). O ultrassom também foi avaliado neste cenário, e tem várias vantagens potenciais sobre a TC, incluindo a ausência de exposição à radiação e o custo menor. Um pequeno estudo de coorte anterior constatou que o ultrassom teve sensibilidade moderada e alta especificidade para a detecção de litíase renal em crianças (J Urol 2009 Oct;182(4 Suppl):1829). Um novo estudo randomizado realizado em adultos avaliou a investigação diagnóstica inicial com ultrassom realizado por um médico na emergência, a ultrassonografia realizada por um radiologista ou a TC abdominal em 2.759 pacientes que se apresentaram em departamentos de emergência com suspeita de litíase renal.
O estudo foi desenhado para detectar diferenças entre os grupos de 5% para os eventos com uma prevalência de 10% ou diferenças de 0,34% para eventos com uma prevalência de 0,5%. Todos os médicos de emergência envolvidos no estudo tinham formação e certificação em ultrassom à beira do leito, e a solicitação de imagens e o manejo posteriores foram deixados a critério do médico assistente. Cerca de 41% dos pacientes no grupo do ultrassom à beira do leito e 27% das pessoas no grupo do ultrassom por radiologista tiveram um TC posterior como parte de suas avaliações iniciais. Em contraste, cerca de 5% dos pacientes do grupo da TC tiveram um ultrassom subsequente. Não houve diferenças significativas entre os grupos para a frequência de visitas de retorno ou internações após a alta do departamento de emergência; no entanto, os pacientes randomizados para TC tiveram exposição à radiação significativamente maior em comparação com os outros grupos (ver tabela abaixo).
Os resultados deste novo ensaio sugerem que o ultrassom à beira do leito e a TC abdominal têm taxas semelhantes de visitas de retorno e de internações após a alta da unidade de emergência. No entanto, a grande proporção de pacientes que foram randomizados para o ultrassom à beira do leito e posteriormente receberam TC é uma potencial limitação do estudo, uma vez que parte do desempenho de avaliação atribuída à ultrassonografia pode ser resultado da combinação do ultrassom com a tomografia. No entanto, este novo estudo demonstra que o ultrassom à beira do leito pode ser uma alternativa razoável à TC para avaliar suspeita de cálculo renal no serviço de emergência, reduzindo potencialmente a exposição à radiação e os custos associados com a TC.
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